Cronista defende valorização da cultura

Crônica da História, nossas histórias, com dias de luta e de glória

Considerando esse novo governo interino federal que descontinuou com o importante ministério da Cultura, penso que comprova a tese de que há despreparo dos representantes de um povo, dissolvendo a capacidade de empoderamento cultural desse. Claro que isso diminui ainda mais a credibilidade fundamental de se manter sua tradição soberana nacional.
Sem dúvida que as incertezas na história de nosso país fizeram com que a criatividade se aflorassem ainda mais em nossos compositores, filósofos e poetas. Nossa gente tem costume, tem cultura.
Já dizia o grande artista “Chorão” que “Na minha vida nem tudo acontece/ Mas quanto mais a gente rala, mais a gente cresce”. Já a banda “Paralamas do Sucesso” questiona até hoje com a música “Que país é esse, que país é esse?”. Ou na letra de Geraldo Vandré, “Pra não dizer que não falei das flores” uma música de referencia contra a ditadira militar de 64.
Isso tudo porque há falta de preparo de nossos governantes, com o manejo do pensamento artístico e cultural.
Claro, que não se deve generalizar e esquecer os avanços que já se conquistamos, mas o que se deve progredir é o pensamento para continuar aprovando politicas publicas de Cultura, como fomento de desenvolvimento e aprimoramento até se chegar no aproveitamento também tecnologico e de retorno com o valor agregado dessas produções.
Por isso que os municipios devem investir muito mais de 1% de seu orçamento publico em cultura, pois nosso país é rico e precisa de processos de continuidade de programas e de instituições. Assim que se faz existir as diretrizes de governo e manter de uma vez por todas uma raiz ou identidade brasileiro.
Por mais que o Brasil seja capaz de miscigenar os pensamentos e movimentos culturais, os frutos da terra podem estar murchando com tamanho descuido de nossos representantes e da forte globalização econômica de potencias do exterior.
Na música “Geração Coca-Cola” do grupo Legião Urbana, há um trecho que ele pede para que os jovens façam uma revolução cultural: “Desde pequenos nós comemos lixo/ Comercial e industrial/ Mas agora chegou nossa vez/ Vamos cuspir de volta o lixo em cima de vocês (Uma referência aos massificadores culturais)
Para muitos, a cultura só é transmitida somente através da arte. Também, para a maioria dos governos conservadores, somente é a “cereja do bolo”, um enfeite nos governos.
Mas sem dúvida, a cultura é toda forma de expressão de um povo, pois representa a autenticidade regional de soberania e promoção nacional.
O Compositor Gonzaguinha expressou na música “É” que “A gente não tem cara de panaca/A gente não tem jeito de babaca(…) É!/A gente quer viver pleno direito/A gente quer viver todo respeito/A gente quer viver uma nação/ A gente quer é ser um cidadão/ A gente quer viver uma nação…”
Agora…E no Norte Pioneiro, como está o desenvolvimento e fomento das políticas públicas regional da cultura? Estamos defendendo e conservando nossos valores e tradição? Temos compartilhado ou aprendido nossa história? Há unidade de organização de eventos para todo o tipo de gente e expressão cultural? Quais são as nossas produções culturais? Temos criados locais ou uma agenda regional de eventos?
Não se pode relacionar cultura somente com os intelectuais ou abastados de oportunidade econômica/educacional; mas sim garantir e proporcionar campanhas com uma postura de tolerância ideológica e de credo de um povo.
Devemos defender a instrução e orientação das massas populares para transmitir e receber todo contexto cultural. Isso dimensiona suas próprias responsabilidade de tolerar tudo a sua volta.
Talvez, o empoderamento seja a palavra de ordem. Um empoderamento inclusivo Cultural.
Sem dúvidas amadurecemos muito nesses 30 anos dos mais de 500 de Brasil, mas muito me preocupa com a vulnerabilidade de políticas públicas para essa área, tanto federal, quanto local.
Se um povo tivesse discernimento de sua cultura, não haveria o processo de descontinuidade, como aconteceu neste momento com nosso ministério da Cultura.
“Brasil!/ Mostra tua cara/ Quero ver quem paga/ Pra gente ficar assim/ Brasil!/ Qual é o teu negócio?/ O nome do teu sócio?…(Musica “Brasil”, Compositor Cazuza).

*Felippe Toneti é de Jacarezinho. É músico, colunista e gerencia projetos de uma multinacional de tecnologia no Rio de Janeiro.

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