Estiagem já compromete agropecuária do Norte Pioneiro

Agronegócio ainda é maior gerador de emprego e renda na região

A falta de chuvas que atinge todas as regiões do Paraná chegou a níveis  muito preocupantes. Dados do Sistema de Tecnologia e Monitoramento Ambiental do Paraná (Simepar) apontam que a ocorrência de índices pluviométricos abaixo das médias históricas se arrastou por dez meses, sendo a pior estiagem já registrada desde 1997, quando o instituto começou a fazer este tipo de monitoramento.

O órgão integra Curiúva, Figueira, Ibaiti, Jaboti, Japira, Pinhalão, Tomazina, Barra do Jacaré, Cambará, Jacarezinho, Ribeirão Claro, Carlópolis, Joaquim Távora, Quatiguá, Conselheiro Mairinck, Guapirama, Jundiaí do Sul, Santo Antônio da Platina, Salto do Itararé, Santana do Itararé, São José da Boa Vista, Siqueira Campos e Wenceslau Braz.

A seca prolongada já provocou impactos na lavoura de milho safrinha (fotos) em algumas regiões como a do Norte Pioneiro.

Os produtores contam que a  restrição da umidade, altas temperaturas e baixa umidade relativa do ar prejudicaram o desenvolvimento da lavoura. A seca também favorece o aparecimento de pragas, como pulgão, ácaro, cigarrinha do milho e lagarta do cartucho

Segundo informações do chefe do Núcleo Regional da Secretaria Estadual de Agricultura e Abastecimento de Jacarezinho, Fernando Emmanuel (foto acima, com o secretário de Agricultura do Paraná, Norberto Ortigara, que sempre manifestou carinho pelo Norte Pioneiro) que abrange 23 municípios do Norte Pioneiro, houve a ocorrência de algumas chuvas na região nos dias sete de abril de 5 a 20 mm e 14 também do mês de abril com média de 25mm, “estamos preocupados, mas ainda  prevendo boa safra de milho. Está prevista chuva para os próximos dias, se não confirmar uma boa precipitação aí poderemos ter quebra na produção”, afirmou na manhã desta terça-feira, dia cinco.

Ele e Franc Oliveira, técnico do Departamento de Economia Rural(Deral) também da Seab de Jacarezinho, mantém relatórios detalhados frequentemente enviados para a sede estadual, em Curitiba.

MILHO – As lavouras de milho segunda safra encontram -se em sua maioria na fase de floração, lavouras de maneira geral estão sentindo a falta de umidade e as folhas tendem a murchar no decorrer do dia, além disso não tem sido possível realizar tratos culturais com o tempo seco dos últimos dias.

Se ocorrerem as chuvas previstas para essa semana a expectativa é de uma melhora no desenvolvimento nas lavouras de milho segunda safra, no entanto se não acontecerem, a partir das próximas semanas alguns produtores, principalmente aqueles cujos milharais estão situados em áreas de solos mais rasos poderão ter problemas, no momento não é possível mensurar possíveis perdas.

Previsão ocorrência de chuvas (8 a 30 mm) e queda de temperatura nesta quarta-feira, dia seis.

TRIGO – A semeadura do trigo teve início de forma tímida, produtores esperam melhores condições para intensificar os plantios, mas há indefinição nessa cultura.

PASTO – As pastagens estão sofrendo com a falta de umidade tanto para leite quanto para corte, sendo necessário suplementar. Nesta época do ano é normal a redução de forragem disponível nas pastagens para alimentação de bovinos. Na região diversos produtores utilizam-se de silagens como alternativa para reverter a situação.

CANA-DE-AÇÚCAR – Com o desenvolvimento de algumas áreas prejudicadas por conta da falta de chuvas no final do ano, teve início a colheita da cana-de-açúcar na região.

CAFÉ – Por enquanto esse período sem chuvas ainda não compromete as lavouras de café. A cultura está começando a colheita ainda. Alguns problemas na formação dos grãos podem atrapalhar a qualidade.

No entanto o forte calor ocorrido no final do ano com um pouco de deficiência hídrica prejudicou o pegamento dos frutos. Em março , o NP teve mais uma onda de calor muito forte que provocou escaldaduras o que deve comprometer um pouco a granação.

Antracnose provocou muita queda de frutos no final do ano, isto aliado a estiagem e altas temperaturas. Em algumas regiões a cercosporiose tem provocado um pouco de queda dos frutos e aderência da casca o que prejudica a qualidade.

Em lavouras não bem tratadas a ferrugem tem provocado a desfolha. Alguns cafeicultores têm dificuldades para controlar a broca por falta de produtos eficientes. A colheita teve início de maneira tímida, devendo intensificar nas próximas semanas.

FEIJÃO – Feijão 2a safra, a grande maioria das lavouras encontra-se nas fases de floração e frutificação e apresentando sinais de estresse hídrico. Os tratos culturais necessários as plantas estão suspensos em virtude da ausência de umidade no solo. Algumas áreas prestes a serem colhidas

Em lavouras pontuais alguns produtores falam em quebra de produtividade, porém no momento não é possível mensurar.

SOJA – A reportagem apurou que margens ruins e escassez do grão devem reduzir esmagamento de soja no Brasil. Projeção desta terça-feira, dia cinco, prevê recuo de 44 para 41 mi/t. Para garantir soja em agosto, por exemplo, indústrias brasileiras precisam pagar mais de R$112,00/saca e evitar que compradores externos levem matéria prima.

A cultura da soja no Norte Pioneiro na safra 2019/2020 ocupa uma área de aproximadamente 165.500 hectares. As condições climáticas beneficiaram o bom desenvolvimento das lavouras, que estão em plena colheita
Segundo Franc, a estimativa de produção para essa safra é de 582.600 toneladas com um valor bruto de 728 milhões de reais.

LEIA TAMBÉM: https://npdiario.com.br/cidades/soja-vai-injetar-r-728-milhoes-no-norte-pioneiro/

 

 

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