Governo estadual vai ampliar agronegócio no Norte Pioneiro (vídeo)

Meta de Ortigara é melhorar os já expressivos 4.6% do Valor Bruto da Produção (quase R$ 4,5 bilhões da economia estadual)

Em entrevista exclusiva ao npdiario, na sede da secretaria da Agricultura e do Abastecimento (Seab) do Paraná, no bairro Cabral, em Curitiba, o titular da Pasta, Norberto Ortigara (fotos) projetou ampliar a participação do Norte Pioneiro no total do volume movimentado na economia estadual.

Ele destacou o Norte Pioneiro como uma região muito importante, especialmente referente à produção agrícola. Disse que, embora tenha grande potencial e possa crescer ainda mais, já representa aproximadamente 4.6% do Valor Bruto da Produção paranaense, de acordo com dados finalizados de 2019. Quase 4.5 bilhões da economia regional saem do campo. À vista disso, aproveitou o momento para expor grandes ações e fomentos que estão sendo realizados pelo governo, sobretudo neste momento de pandemia da Covid-19.

Norberto Anacleto Ortigara é técnico agrícola e economista, com especialização em Economia Rural e Segurança Alimentar. Foi servidor público da Secretaria da Agricultura e Abastecimento por 40 anos, onde construiu carreira, tendo ocupado as funções de pesquisador gerente, coordenador, analista, diretor do Deral (Departamento de Economia Rural) por duas vezes, diretor-geral por duas vezes e secretário de Estado entre janeiro de 2011 e março de 2018, e a partir de janeiro de 2019 até agora – o mais longevo da História. Também foi secretário municipal de Abastecimento de Curitiba por cinco anos e, por mais de 25 anos, especializou-se em relações do Trabalho. É profundo conhecedor das Finanças Públicas do Estado.

De acordo com os dados fornecidos por ele, as produções agrícolas que mais têm destaque na economia regional do NP  são:

  • Frango, 982 milhões;
  • Soja 14.7% 658 milhões;
  • Boi de corte, 278 milhões;
  • Milho 285 milhões;
  • Café, 222 milhões;
  • Leite 214 milhões;

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Logo em seguida, tomate, suínos, trigo, feijão e morango, respectivamente, seguem a lista de mais significativos com potencial econômico. Esse conjunto de produtos representam a maior parte da riqueza em relação ao estado como um. Norberto afirma que a agricultura é mais diversificada do que isso, entretanto, esses são apenas o topo do comércio.

O frango tem participação de 5.6% da produção geral do estado, tento, por isso, a capacidade de mudar o PIB (Produto Interno Bruto) regional e estadual, tornando possível o movimento econômico e geração de renda. Além disso, mais de 50% do café do último ano veio também do Norte Pioneiro; região que vem se destacando nessa área há muito tempo. Através dos dados, nota-se que o café está consolidado no NP, embora haja outras produções espalhadas pelo Estado inteiro.

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Apenas em hortaliças, somaram-se 214 milhões em produção. Já o milho teve 486 mil toneladas, enquanto soja obteve 500 mil, a qual pode ser vendida com alto preço, sem queda.

Por isso, o governador Carlos Roberto Massa Ratinho Junior, confrontado com esse desafio do potencial crescimento, está oferecendo recursos ainda maiores para a região, além do intermédio do setor público com o setor privado. Nesse sentido, a possibilidade de expansão de frango no município de Jacarezinho é uma realidade casa vez mais próxima. Com o possível investimento da empresa JBS, de José Batista Sobrinho, poderá haver crescimento de 50%, segundo estima.

Ainda no sentido de fomento, Ortigara, que veio de uma família de pequenos agricultores, e nasceu em Seberi, Rio Grande do Sul, comentou sobre as possibilidade que o Cartão Comida Boa tem garantido. Atitude da sociedade paranaense, a qual visa proteger pessoas que já eram ou ficaram vulneráveis economicamente devido à pandemia. Em média 794 mil foram destinados às famílias. O dinheiro pode ser usado, exclusivamente, para a compra de alimentos.

Ainda a ajuda emergencial da União, no valor de R$600,00 ajudará a sustentar os níveis de atividades econômicas. “O objetivo com esse investimento, além do suporte social e garantia de mínima dignidade humana, é para que o PIB caia o menor número possível, visto que, com esse dinheiro, será possível continuar girando, mesmo com queda, o comércio local e, como consequência, a economia. Em média 117 milhões de reais investidos, valor dividido em parcelas”, sublinhou esse gaúcho

Existe também, ativo no Paraná, um modelo de organização social chamado Pequena Cooperativa, por onde o Estado empresta seu “ombro técnico amigo” para as, hoje, grandes cooperativas do Paraná, que possivelmente chegaram nesse patamar devido diversos fatores.

Esse mesmo modelo está sendo trilhado através do programa chamado Coopera Paraná, o qual estimula financeiramente e tecnicamente, pelo Fundo Perdido para estruturar às necessidades de capital de investimento e capital de giro para os processos de melhoria da produção, processamento e distribuição.

Neste momento, está sendo regulamentado uma lei que permite o financiamento com juros mais baixos que o PRONAF ( Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar), program que tem o percentual entre 2,75% e 4% ao ano. Algumas das áreas que poderão receber ajuda financeira com juros próximo de 0% são: floricultura, horticultura, olericultura, irrigação, energia renovável, dejetos, biomassa, peixe, café, cooperativas pequenas.

Este ano, mesmo em meio à Covid-19, também houve um movimento que visa aumentar a participação de fruticultura e olericultura no Paraná. Acredita-se que essa área pode trazer um capital financeiro maior para os pequenos proprietários, os quais tem menos hectares de terra.

Veja algumas das cidades que foram apoiadas no setor de fruticultura:

  • Conselheiro Mairinck;
  • Guapirama;
  • Ibaiti;
  • Jaboti;
  • Japira;
  • Pinhalão;
  • Quatiguá;
  • São José;
  • Tomazina;
  • Wenceslau Braz.

O governo estadual está transferindo investimento e recursos do Fundo Perdido para nove projetos que foram classificados, sendo sete associações e duas cooperativas; o valor total é de R$ 2.633.000,00.

Ativo, ainda existe outro programa chamado Compra Direta da Agricultura Familiar, a partir dele o Estado compra, com a liberação de um edital, as mercadorias (entre eles mel, fruta, verdura, entre outros). Os trabalhadores da agricultura familiar vendem a mercadoria para o próprio Estado, entretanto, ela é entregue direto às entidades que tratam de pessoas vulneráveis, bem como asilos, casa de passagem, orfanatos, hospitais públicos, CRAS (Centro de Referência de Assistência Social) e CREAS (Proteção Social Especial de Média Complexidade).

Também há uma política de acesso à comida pronta, em forma de restaurantes populares ou cozinhas comunitárias, os quais são projeto ligados ao outro projeto estatal, compra direta, que oferta alimentos por preços menores aos municípios. Norberto destaca que, principalmente os restaurantes populares, não são um estratégia tão boa para cidades pequenas, dado que pode atrapalhar o comércio local, mas que funcioná muito bem para lugares maiores, como, por exemplo, no município Curitiba, que teve a implantação de quatro pontos novos.

Como última medida exposta, Norberto Ortigara destacou a articulação do Estado com a Bancada Federal, que, através de emendas, entregou equipamentos agrícolas em alguns municípios. Quatro emendas impositivas ainda estão em execução, referentes aos anos de 2017/2018/2019/2020, por causa delas, a região do Norte Pioneiro recebeu ou receberá caminhão basculante, carregadeira, escavadeira, rolo compactador, mini-carregadeira, entre outros.

FOTOS E VÍDEO: VALDIR AMARAL/ESPECIAL PARA O NPDIARIONenhuma descrição disponível.

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No Paraná, a safra de grãos 2019/20 se encaminha para o final com a colheita da segunda safra e dos cereais de inverno. A expectativa de produção aponta para um volume total de 41,01 milhões de toneladas de grãos que serão colhidos no Estado, que representa um acréscimo de 5 milhões de toneladas em relação à safra anterior (18/19), que somou 36 milhões de toneladas de grãos.

Esse será o resultado das três safras cultivadas no Estado, a de verão, segunda safra, e de inverno, conforme estimativa do Departamento de Economia Rural, da Secretaria de Estado da Agricultura e Abastecimento, divulgada nesta sexta-feira, dia 31. O resultado final da safra 19/20 foi alavancado pelo desempenho das lavouras de soja e feijão na primeira safra, da segunda safra de milho e das culturas de inverno que ainda estão a campo, com bom desenvolvimento.

O aumento de produtividade surpreendeu os analistas do Deral. Houve perdas nas culturas da segunda safra, em decorrência da falta de chuvas, mas elas foram compensadas ao produtor com o aumento nos preços dos produtos.

Para o secretário estadual da Agricultura e Abastecimento, Norberto Ortigara, mesmo passando por períodos de estiagem prolongada, jamais vista no Estado em muitos anos, o resultado da safra de grãos no Paraná é considerado surpreendente, tanto em volume como em valor de venda. Os produtores se beneficiaram do aumento das cotações do dólar, já que a maioria dos produtos cultivados no Paraná são commodities.

Para o diretor do Deral, Salatiel Turra, a safra 2019/20 transcorreu bem, apesar de algumas intempéries climáticas provocadas pela estiagem e altas temperaturas. “Se algumas culturas tiveram prejuízos e reduções de produção, como no caso do feijão das secas e milho da segunda safra, outras se sobressaíram, como foi o caso da soja que alcançou recorde de produção”, afirmou.

Turra chama a atenção para os retornos econômicos bastante interessantes ao produtor com a atual safra, como no caso da soja, milho e possivelmente para o trigo. Particularmente sobre o milho da segunda safra, que está em fase de colheita, Turra atribuiu ao produtor o resultado favorável da cultura, apesar de ter sido penalizada pela estiagem severa que atingiu o Paraná entre os meses de março a maio.

“A princípio a estimativa de perda para o milho de segunda safra era para ser maior, mas devido ao investimento em tecnologia nas sementes, nos insumos, ou seja, na qualidade desses produtos utilizados pelos produtores, que estão sendo cada vez mais modernos, mais avançados, a redução de produção não foi tão acentuada como se previa inicialmente”. Turra salientou que a tecnologia está ajudando os produtores a garantir uma produção boa, mesmo em situações de déficit hídrico.

TRIGO   – A cultura do trigo foi uma das que mais surpreendeu positivamente este ano, com potencial para revelar uma produção excepcional, em muitos anos. O Paraná deverá produzir 3,7 milhões de toneladas, que corresponde a 1,6 milhão de toneladas de trigo a mais que está sendo colhido no Estado, em comparação com o ano passado, quando foram colhidas 2,14 milhões de toneladas do grão.

Segundo o engenheiro agrônomo do Deral, Carlos Hugo Godinho, o trigo, como cultura de inverno, é muito vulnerável aos riscos do clima. Porém este ano as geadas não foram fortes neste mês de julho, considerado o mais crítico, e a cultura está se desenvolvendo de forma bastante satisfatória.

A preocupação, salientou, está no decorrer dos próximos 15 dias, cuja previsão climática é de ausência de chuvas e ocorrência de dias quentes, que pode vir a prejudicar o desempenho final das lavouras.

Os produtores já venderam em torno de 15% da produção estimada, o que é outra raridade para um mês de julho, frisou Godinho. O máximo de venda antecipada de trigo que já ocorreu em julho foi de 10%.

O atrativo são os bons preços do trigo, em torno de R$ 60,00 a saca com 60 quilos.

MILHO – O milho da segunda safra foi outro grão que respondeu satisfatoriamente, apesar de ter sofrido perdas nas lavouras com a estiagem. A colheita avançou entre 35% e 40% da área plantada e está revelando boas produtividades, menores que no ano passado, mas melhores do que o esperado se for considerado o impacto da estiagem que foi uma das mais fortes que atingiu a cultura em pleno desenvolvimento, explicou o analista do Deral, Edmar Gervásio.

Segundo o Deral, a produção deve atingir 11,5 milhões de toneladas, uma queda de 13% em relação à safra passada, que atingiu volume de 13,2 milhões de toneladas na safra 2018/19. Segundo Gervásio, a seca contribuiu para evitar a incidência de doenças, o que ajudou a reduzir as perdas decorrentes da falta de água.

A exemplo do trigo, houve avanço também na comercialização de milho da segunda safra. Os produtores venderam antecipadamente acima de 40% do milho de segunda safra neste mês de julho para aproveitar os bons preços no mercado.  Está sendo vendido a uma média em torno de R$ 38,00 a R$ 40,00 a saca com 60 quilos, sendo que de janeiro a junho o milho vinha sendo vendido a uma média de R$ 35,00 a saca. “Mesmo com produção menor, os produtores estão faturando mais”, disse.

FEIJÃO DA SEGUNDA SAFRA  – A colheita já foi encerrada, com uma produção de 259,4 mil toneladas, volume 28% inferior à safra em igual período do ano passado, cuja colheita rendeu 360 mil toneladas de feijão no Paraná. Com a estiagem, a produtividade das lavouras caiu em torno de 41% e o Paraná deixou de colher 179 mil toneladas do grão, informou o engenheiro agrônomo do Deral, Carlos Alberto Salvador. Computando as três safras do período 2019/20, que está se encerrando, o Paraná deverá colher um total de 579 mil toneladas de feijão, uma redução de apenas 5% em relação ao ano passado.Segundo Salvador, o desempenho da primeira safra – feijão das águas – salvou o resultado final. Na primeira safra, a produção de feijão no Paraná foi 29% maior que em igual período da safra anterior.

Com a estiagem e a perspectiva de quebra da segunda safra de feijão, o produto estava com preço aquecido até o mês de maio. A saca de feijão, com 60 quilos, estava sendo vendida em torno de R$ 300,00, um preço considerado excelente. Com a entrada de produção de outros estados no mercado, o preço caiu e se estabilizou entre R$ 180,00 a R$ 190,00 a saca, o que ainda é considerado um bom preço pago ao produtor, acima dos custos de produção, avaliou o técnico.

SOJA – A colheita da soja foi totalmente concluída, com um volume recorde de 20,7 milhões de toneladas, um aumento de 28% sobre o resultado da safra anterior que atingiu 16,13 milhões de toneladas. Foram mais de 4,5 milhões de toneladas colhidas a mais no Paraná, disse o economista do Deral, Marcelo Garrido.

Segundo ele, a soja nunca rendeu tanto no Estado como este ano, reflexo do clima favorável durante o desenvolvimento vegetativo das lavouras, cujo período teve a ocorrência de chuvas regulares nos momentos certos.

Para coroar o bom desempenho das lavouras, a comercialização do grão está sendo uma das melhores dos últimos anos para os produtores, beneficiados pelo aumento da cotação do dólar frente ao real. Para se ter uma ideia, a saca de soja está sendo vendida em torno de R$ 100,00 a saca com 60 quilos, o que garante muita lucratividade ao produtor. Segundo Garrido, há um ano, a soja era vendida por R$ 66,00 a saca, quase 50% de aumento nominal nas cotações.

Segundo o Deral, aproveitando os bons preços, cerca de 91% da soja paranaense, que corresponde a cerca de 18 milhões de toneladas, já foi vendida. Para o analista, se por um lado o preço está explodindo, por outro quase não há mais soja para vender porque os mercados externos vieram em busca do produto brasileiro e paranaense com muita voracidade este ano.

Mesmo com aumento de custos já previstos para plantar a safra 2020/21, Garrido salienta que o produtor está capitalizado para enfrentar esse desafio.

CAFÉ –   A produção de café no Estado deverá atingir esse ano cerca de 56 mil toneladas, repetindo o desempenho do ano passado. Cerca de 81% desse volume já foi colhido, movimento facilitado pelos poucos dias frios e sem chuvas neste mês de julho, disse o engenheiro agrônomo do Deral. Paulo Franzini.

Ele ressaltou a qualidade do café paranaense, que está sendo colhido, e para a lentidão na comercialização. O produtor vendeu cerca de 27% da safra, o suficiente apenas para pagar a colheita, que é o item mais caro da lavoura e agora deve esperar uma reação nos preços.

O preço, cotado em torno de R$ 515 a saca em maio, caiu para R$ 400,00 em junho. Em julho, com uma pequena reação, o preço do café foi a R$ 440,00 a saca.

Segundo Franzini, o produtor não está endividado e vai esperar uma reação do mercado. Este ano o volume de exportação de café brasileiro pode ser o segundo recorde da história, com uma exportação avaliada entre 30 a 35 milhões de sacas. O café brasileiro é exportado para 125 países, sendo os maiores compradores os Estados Unidos e países da Europa.

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