Ficafé busca consolidar tecnologia do cereja descascado

NP é responsável por 70% da produção de café no Paraná

Começou, nesta quarta-feira (4), a 10ª edição da Feira Internacional de Cafés Especiais do Norte Pioneiro. A Ficafé 2017 é realizada pelo Sebrae/PR, Associação de Cafés Especiais do Norte Pioneiro do Paraná (Acenpp), Cooperativa dos Produtores de Cafés Certificados e Especiais do Norte Pioneiro do Paraná (Cocenpp) e Indicação de Procedência do Norte Pioneiro do Paraná, com apoio de diversos parceiros. O evento segue até esta sexta-feira (6), no Centro de Eventos de Jacarezinho, e a visitação é gratuita.
Na abertura da feira, que reuniu diversas autoridades, o produtor e vice-presidente da Acenpp, Luiz Fernando Andrade Leite, destacou as principais ações dos programas voltados à produção de cafés especiais no Norte Pioneiro. Segundo ele, nos últimos dez anos, houve um fortalecimento do associativismo, melhora na gestão das propriedades, conquista de certificações e, principalmente, aumento da produtividade. Graças ao projeto 100% Qualidade, que atende cerca de 100 produtores, o número de sacas por hectare cresceu de 20 para 35 nos últimos dez anos.

A Ficafé é a extrema importância, porque contribui para não só disseminar conhecimento, mas divulgar os resultados obtidos por meio do trabalho em conjunto entre entidades e produtores. “Temos que manter a feira cada vez mais forte”

De olho no futuro, Leite disse que o objetivo é engajar mais produtores, consolidar a tecnologia de processamento do cereja descascado e implantar o tratamento de resíduos e da água residuária da lavagem dos grãos com o aproveitamento de biomassa e biogás nas propriedades. Mas não é só isso, as entidades também pretendem trabalhar para formar Q-Graders (profissionais especializados no plantio, torrefação e avaliação de cafés) e montar laboratórios para degustação. “Desejamos que a 10ª edição da Ficafé entre para a história e que o Paraná inteiro seja rico na produção de café de qualidade”, completou.
O gerente regional do Sebrae no Norte do Paraná, Heverson Feliciano, disse que a Ficafé já é um evento consolidado e que, com a colaboração de vários parceiros, tem contribuído para gerar desenvolvimento para o Norte Pioneiro, região responsável por 70% da produção de café no estado. “Os produtores, com o apoio de diversas entidades, provaram que é possível produzir cafés de altíssimo valor agregado para competir não só nacionalmente, mas também internacionalmente”, afirmou.
Durante a solenidade, Feliciano lembrou que o café especial do Norte Pioneiro foi o primeiro produto paranaense a conquistar a certificação de Indicação Geográfica (IG) concedida pelo Instituto Nacional da Propriedade Industrial (Inpi). Para ele, a Ficafé é a extrema importância, porque contribui para não só disseminar conhecimento, mas divulgar os resultados obtidos por meio do trabalho em conjunto entre entidades e produtores. “Temos que manter a feira cada vez mais forte”, apontou.
O presidente da Acenpp, Paulo José Frasquetti, reforçou que o Paraná tem um dos melhores cafés do mundo graças ao trabalho realizado pelas entidades parceiras junto aos produtores. “É muito gratificante ver que os cafeicultores da nossa região mudaram o conceito sobre a produção”, afirmou. Ele agradeceu a todos que se empenharam para produzir lotes de altíssima qualidade para participar do concurso de cafés especiais, cujo resultado será divulgado no último dia da feira.
Para o presidente da Cocenpp, Ricardo Batista dos Santos, que também é produtor de café, participar dos projetos de cafés especiais ajudou muito o trabalho na propriedade. “Hoje, sabemos exatamente quanto custa uma saca e qual será o nosso lucro”, justificou. Na avaliação de Santos, o Programa 100% Qualidade tem ajudado não só a “segurar” o produtor no campo, como também oferecer mais qualidade de vida no meio rural.
O diretor geral da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento (Seab-PR), Otamir Cesar Martins, apontou que o Norte Pioneiro concentra a maior área de café plantado no Paraná. Segundo ele, em 2017, a agricultura movimentou R$ 88,6 bilhões no estado. “Vocês são responsáveis por esse resultado”, disse, elogiando os produtores presentes na solenidade. Martins lembrou que, neste ano, a feira também oferece informações sobre a avicultura e fruticultura para aumentar a geração de renda nas propriedades, especialmente naquelas que utilizam mão de obra familiar.
O coordenador estadual de café do Emater, Cilesio Demoner, destacou que a cafeicultura paranaense é composta por cerca de 8 mil produtores e 85% deles exercem a atividade em regime de agricultura familiar. Segundo ele, a produção está concentrada em quatro regiões e o Norte Pioneiro é a que possui mais de 60% das propriedades. “O café é uma cultura permanente, a colheita começa no plantio. Qualquer descuido compromete todo o investimento”, enfatizou.

Texto e fotos: Amanda de Santa

Coffee cup with burlap sack of roasted beans on rustic table

 

 

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