FIEP apoia intervenção do Governo Estadual no pedágio

Presidente da entidade se manifestou sobre assunto

O anúncio de intervenção nas concessionárias que administram o Anel de Integração, feito na manhã desta quinta-feira, dia quatro, pelo governo do Estado, pode ser positiva se realmente facilitar o acesso a dados e documentos das empresas e, assim, contribuir para as investigações em curso.

A opinião é do presidente da Federação das Indústrias do Paraná (Fiep), Edson Campagnolo, que considera importante ainda a decisão de que a intervenção não vai interferir nas tarifas e na gestão das rodovias, o que poderia aumentar ainda mais a insegurança jurídica que sempre rondou os contratos do pedágio.

“A falta de transparência sempre foi um problema crônico nas concessões do Anel de Integração. Por mais que a fiscalização fosse uma obrigação do Estado, ela nunca ocorreu como deveria, até pelos atos ilícitos envolvendo executivos das empresas e agentes públicos que estão sendo revelados pela operação Lava Jato”, diz Campagnolo. “Por isso, a nomeação de interventores, se de fato conseguirem garantir acesso às verdadeiras caixas-pretas que sempre foram as informações dessas concessionárias, pode ser positiva”, completa.

O presidente da Fiep considera importante, ainda, o fato de não ter tido uma decisão unilateral do governo para baixar as tarifas do pedágio. “Por mais que paguemos uma tarifa extremamente cara e que interfere em nossa competitividade, uma redução unilateral dos valores abriria brechas para novos questionamentos judiciais por parte das empresas e poderia criar novos passivos”, declara. “Logo no início das concessões, em 1998, tivemos uma medida como essa, justamente em um período eleitoral. Isso acabou afetando a estabilidade dos contratos, abrindo a porteira para aditivos, muitos deles com indícios de fraude, como apontam as investigações atuais, que resultaram na suspensão de obras e aumento de tarifas nos anos seguintes”, completa.

Por fim, o presidente reforça o posicionamento que a Fiep vem defendendo nos últimos anos, de que a sociedade paranaense precisa construir, coletivamente, um novo modelo de concessão para as rodovias do Anel de Integração. “O modelo atual já se mostrou um fracasso absoluto, que onera o cidadão e as empresas paranaenses. Dentro dos parâmetros legais, é preciso responsabilizar e punir os culpados por essa situação. Porém, mais importante ainda é olhar para o futuro e construir um modelo que garanta melhorias significativas nas rodovias, mas com tarifas justas e com a devida fiscalização permanente por parte do poder concedente, tendo como foco sempre o interesse dos usuários das estradas”, conclui.

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