Vereador de Carlópolis foi preso por repetir crimes (vídeos)

Ele provavelmente será transferido para Londrina ou Curitiba

O vereador João Aparecido de Camargo (fotos) foi preso pela Polícia Militar na noite de terça-feira, dia oito, momentos antes da sessão ordinária do Legislativo de Carlópolis.

A PM apenas cumpriu o mandado.

Conhecido como Hulkinho, tem 62 anos, e a Regional do Depen (Departamento Penitenciário) de Londrina é quem vai decidir se a transferência será ou não realizada. A Polícia Civil do Paraná cumpriu sete mandados judiciais no dia 29 de outubro. Essa foi a segunda fase da operação que investiga uma organização criminosa que teria lucrado mais de R$ 10 milhões com a venda de cirurgias bariátricas realizadas pelo Sistema Único de Saúde (SUS), em hospital da Região Metropolitana de Curitiba.

O parlamentar já havia sido denunciado por duas vezes pelo delito na Operação Mustela do Ministério Público Paraná, que revelou um grande esquema de corrupção no Sistema Único de Saúde (SUS). Mais recentemente, no âmbito da Operação Metamorfose, que também apura esquema de fraude contra o SUS e é conduzida pela Polícia Civil do Paraná, a partir do compartilhamento de informações com o MPPR, verificou-se que o vereador continuou praticando crimes contra a Administração Pública, o que motivou a sua prisão.

O mandado de prisão foi expedido na última segunda-feira, 7 de dezembro, pela Vara Criminal de Campo Largo, na Região Metropolitana de Curitiba. A decisão atende pedido formulado pela 1ª Promotoria de Justiça da Comarca, que conduz parte das investigações relacionadas à Operação Mustela.

Em sua decisão, o juiz considerou que a reiteração dos crimes mostrou que “a determinação de cumprimento de medidas cautelares diversas da prisão (…) não se mostrou suficiente para cessar o comportamento criminoso, demonstrando que qualquer outra medida cautelar, por si só, não será eficaz diante do menosprezo por parte do representado quanto à determinação judicial, voltando a praticar crimes de concussão, com vista à obtenção de vantagem econômica indevida, em prejuízo à Administração Pública”.

Concussão, de acordo com o descrito no art. 316 do Código Penal, é o ato de um servidor público exigir para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida.

Pena – Reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa. Quando cometido em prejuízo do Sistema Único de Saúde – SUS, a competência para o processamento da ação penal que vise apurar responsabilidades é da justiça estadual.

Operação Mustela – Em 2017, o MPPR começou a apurar denúncias de esquema de corrupção para furar a fila do Sistema Único de Saúde. Dentro dessa investigação, e partir de depoimentos de vítimas e informações obtidas por meio de quebras de sigilos telefônicos, em dezembro de 2018, foi deflagrada pela 1ª Promotoria de Justiça de Campo Largo, com apoio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), a Operação Mustela, com o cumprimento de mandados de buscas e apreensão e de prisão temporária contra alguns envolvidos. A partir disso, foi revelado um grande esquema de corrupção contra o SUS, envolvendo pagamentos indevidos exigidos por médicos, com participação direta de agentes políticos e servidores públicos, entre outros, para “furar” a fila de atendimentos.

Operação Metamorfose – Na sequência, após autorização judicial, os dados da Operação Mustela foram compartilhados com a Polícia Civil para subsidiar as investigações conduzidas na Operação Metamorfose, que também apura fraudes contra o SUS, com foco mais voltado a procedimentos relativos a cirurgias bariátricas.

Os policiais civis tiveram a missão de cumprir dois mandados de prisão temporária, sendo um dos alvos um vereador e candidato a reeleição da cidade de Carlópolis, e cinco mandados de busca e apreensão. As ordens judiciais foram cumpridas nas seguintes localidades: Carlópolis, Santo Antônio da PlatinaJacarezinho, entre outros municípios do Norte Pioneiro, e em Colombo, na Região Metropolitana de Curitiba.

Segundo as investigações, o vereador teria falsificado guias do SUS. Isso possibilitava encaminhamento de pacientes, principalmente do Estado de São Paulo, para fazerem cirurgias bariátricas no hospital do Paraná. Ele atuaria juntamente com médicos que assinavam essas guias.

 Hulkinho, cujo apelido vem do corpo franzino e da baixa estatura é casado e servidor Público Municipal.  Já teve os bens bloqueados na primeira fase dessa operação.

No vídeo abaixo, imagens do dia 29 de outubro:

 

Leia tambémhttps://npdiario.com.br/capa/vereador-e-medicos-do-norte-pioneiro-envolvidos-em-venda-de-cirurgias-bariatricas-video/

E ainda mais este link do vereador e a deputada Leandre, com a qual possui forte ligação. Ela ,porém, não tem nada a ver com o caso: https://npdiario.com.br/especial/deputada-federal-do-pv-preve-composicao-na-eleicao-majoritaria/

No vídeo abaixo, a delegada Aline Manzatto comenta o crime:

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