Rubens alerta para abusos

Em discurso na tribuna da Câmara nesta quarta-feira (26), o líder do PPS, deputado federal Rubens Bueno (PR), fez um alerta sobre os abusos cometidos pelo movimento que está ocupando escolas no Paraná em protesto contra a aprovação da PEC do Teto dos Gastos Públicos (PEC 241). De acordo com o parlamentar, manifestações como essa não podem passar por cima do direito dos estudantes que desejam frequentar as aulas e continuar estudando.

“O movimento de ocupação das escolas no Estado do Paraná vem causando sérias preocupações em pais e educadores. Afinal, significa uma afronta à Constituição Federal de 1988, que considera como direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, dentre outros. Segundo dados do Ocupa Paraná, são 773 instituições sitiadas no Estado. De outro lado, estudantes preocupados em aprender e a desenvolver seus conhecimentos estão se articulando e brigam pela não ocupação. Alunos de diversas instituições estão preocupados com a perda de aulas, do conteúdo educacional e com o futuro do ano letivo. Grande parte não concorda com o modo pelo qual a mobilização está sendo sustentada”, relatou Rubens Bueno.

Como exemplo da reação contra as ocupações, o deputado citou o que está acontecendo no Centro Estadual de Educação Profissional Pedro Boaretto Neto (CEEP), em Cascavel. “Lá alunos criaram o grupo Desocupa Cascavel que procura convencer os colegas da importância de serem mantidas as aulas. Líderes do movimento acreditam que a manifestação pode influenciar alunos de outras escolas a fazerem o mesmo. Eles não são contra estudantes que ocupam as escolas, desde que não impeçam que os alunos que querem estudar possam ter aulas”, disse o líder do PPS.

Outro exemplo citado por Rubens Bueno foi o do Colégio Estadual Marechal Rondon, em Campo Mourão, primeira escola no estado a decidir não participar dos protestos de ocupação. “Lá, pais e alunos se organizaram para evitar que os alunos ficassem sem aula. Com o apoio da direção da escola, foi realizada reunião com 1.400 alunos, que foram consultados e definiram em ata que a unidade não poderá ser ocupada. Segundo a diretora da Escola, Rita de Cássia Cartelli de Oliveira, a maioria foi contrária à ocupação. Só dez pessoas foram a favor”, ressaltou o deputado.

Outra escola que também rejeita a ocupação é o Instituto Federal do Paraná (IFPR), em Curitiba, onde foi decidido, em assembleia dos alunos, a não ocupação, conforme relato de Virginia Witte, presidente do grêmio estudantil. Witte informou também que estão fazendo discussões sobre a PEC 241 e que outras formas de mobilização serão feitas que não a ocupação.

Para o parlamentar, os movimentos contrários à ocupação estão crescendo, visto que a realidade se impõe, aulas estão sendo perdidas, o ano letivo está sendo seriamente comprometido e também há preocupação de permitir aos alunos que realizem as provas do Enem nas escolas ocupadas do Estado. Rubens ressaltou ainda que o movimento de ocupação vem causando muita confusão e até agora uma vítima fatal, um adolescente de 16 anos envolvido em uma briga entre colegas que ocupavam a Escola Estadual Santa Felicidade, em Curitiba.

“Como professor sempre fui favorável à manifestação estudantil, à discussão dos temas locais, nacionais e internacionais dentro das escolas, como um dos pilares para a formação democrática de nossos estudantes. No entanto sou contrário a movimentos que impedem alunos de exercerem o direito constitucional de aprender, de receber conhecimento e de se manifestar de outra forma”, finalizou o parlamentar.

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